O Maranhão está sofrendo as consequências das chuvas fortes.
A cidade de Mirador, a 500 quilômetros de São Luís, é a mais atingida no Maranhão; 203 famílias tiveram de sair de casa por causa da cheia no Rio Itapecuru, que está quase 5,5 metros acima do nível normal.
"Só tristeza e dor no coração, de tanta coisa que a gente viu isso aqui tudo caindo", conta a cabeleireira Maria de Sousa.
Em uma rua, nove casas não resistiram à força da água e desabaram. Os moradores já haviam sido retirados pela Defesa Civil. Vinte comunidades estão isoladas. Em um povoado em que moram 3 mil pessoas, ninguém consegue sair. As famílias que vivem no Parque Estadual do Mirador, remanescentes de antes da criação da reserva, também estão sem ter como deixar a área.
Cinco municípios maranhenses já decretaram situação de emergência: Mirador, Barra do Corda, Jatobá, Grajaú e Paraibano.
Segundo a Defesa Civil, o nível dos principais rios do estado começou a subir ainda no fim de 2021 por conta do volume de chuva acima da média entre novembro e dezembro, e a situação se agravou porque desde o primeiro dia de 2022, chove forte todos os dias.
"A palavra de ordem agora que nós temos passado aos nossos bombeiros é isso: identificar todo e qualquer cidadão que esteja correndo algum risco", afirma o comandante do Corpo de Bombeiros do Maranhão, Coronel Célio Roberto.
Em Colinas, o rio que corta a cidade também transbordou e um carro chegou a ser arrastado pela correnteza. O motorista conseguiu sair a tempo.
Em Imperatriz, a segunda maior cidade do Maranhão, prefeitura e governo do estado montaram seis abrigos para as famílias que não têm para onde ir. O nível do Rio Tocantins, que separa os estados, está 9 metros acima do normal e não para de subir. Bairros inteiros estão debaixo d´água; 238 famílias estão desabrigadas ou desalojadas.
Gretchen Oliveira está com o marido e seis filhos em um dos abrigos onde há 115 pessoas.
"Não está sendo fácil a gente conviver aqui neste local, com criança. Então não está sendo fácil, por conta também da virose", afirma a dona de casa.
Além da Defesa Civil, o Exército também foi acionado para tirar famílias das áreas de risco.