Polícia Civil do Maranhão identificou e prendeu a mulher de 40 anos que abandonou nessa terça-feira (18) o corpo de um bebê dentro de um saco plástico entre as ruas Tiúba e Perimetral, em Timon, no Maranhão, cidade vizinha a Teresina. Segundo o delegado regional de Timon, Humaitan Oliveira, a mulher teria dito que a gravidez foi indesejada e que "não era o momento" de ser mãe novamente. Ela já tem três filhos.
O delegado contou ao G1 que a mulher mora poucos metros distante do local onde o corpo do bebê foi encontrado por um gari, na manhã dessa terça-feira (18). Ela inicialmente chegou a negar que tivesse dado à luz recentemente.
"Nós já tínhamos algumas informações após investigarmos e conforme fomos questionando ela não teve como negar. De início ela disse apenas que tinha procurado o hospital para fazer tratamento de um mioma, mas lá descobrimos outra história. O Instituto Médico Legal (IML) também constatou que ela havia passado por um parto recentemente", informou.
Após o parto, no hospital Alarico Pacheco a equipe médica atendeu a mulher que afirmou ter sofrido um aborto espontâneo. Contudo, os profissionais desconfiaram devido a contradições no relato da paciente e, pressionada, ela fugiu do hospital.
Depois de mudar a versão, o delegado disse que a mulher contou ter dado à luz em casa, por meio de parto natural, na última sexta-feira (14) a um bebê do sexo masculino aos nove meses de gestação. Ela então teria enrolado o bebê em uma toalha e deixado escondido no banheiro até ontem.
Central de Flagrantes de Timon recebeu o caso inicialemente (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
"O IML não encontrou sinais de traumas externos no corpo, então ele pode ter morrido sufocado nessa toalha. Ela pode ter começado a sentir o mau cheiro e decidiu jogar no lixo, foi quando o corpo foi achado. Ela disse que fez isso porque não queria ter engravidado, que esse não era o momento certo", relatou Humaitan.
A causa da morte ainda será determinada pelo IML. O delegado disse que será apurado se a mulher responderá por infanticídio ou homicídio doloso. O primeiro crime é considerado caso seja confirmado que ela estava sofrendo de depressão pós-parto no momento em que decidiu abandonar ou matar propositalmente o bebê. Ela responderá ainda por ocultação de cadáver.
A mulher era mãe de três filhos de 20, 10 e 9 anos de idade. O filho mais velho contou à polícia que não sabia que a mãe estava grávida. Ela trabalhava vendendo comida na rua de casa.
A mulher está presa na penitenciária feminina de Timon e passará hoje por audiência de custódia.