Duas mulheres procuraram o Ministério Público do Maranhão para relatar que também foram abusadas sexualmente pelo médium João de Deus. Ambas disseram que foram vítimas quando ainda eram adolescentes. As denúncias foram feitas em Imperatriz nas 3ª e 8ª promotorias. Os depoimentos foram tomados no último dia 14 dezembro.
No primeiro caso, ouvida pela promotora Alline Matos Pires Ferreira, uma mulher de 39 anos revelou que quando tinha 16 anos, visitou a Casa Dom Inácio Loyola, em Abadiânia-GO, levada pelos pais para se tratar de um quadro de depressão. Ela ficou de abril a junho daquele ano realizando diversas atividades, entre as quais servindo à equipe de apoio em cirurgias espirituais.
Em um dia desses, em um fim de tarde, ela disse que João de Deus a informou que ela seria atendida de maneira reservada. Ele serviu um copo d’água com pétalas de rosas e, segundo a mulher em depoimento ao MP-MA, o médium a olhou fixamente a ponto de hipnotizá-la. Quando ela despertou do transe, recorda que estava de joelhos entre as pernas dele, sendo que ele estava nu e ela com o zíper da calça e o casaco abertos.
A mulher informou ainda que foi ameaçada pelo médium quando começou a entrar em pânico e chegou a ouvir dele, que se ela fosse embora em um ônibus, um acidente aconteceria. Com a situação, o quadro de depressão só aumentou, segundo ela, tendo o alívio três anos depois quando entrou em um novo grupo religioso.
Outro caso foi relatado a promotora Raquel Chaves Duarte Sales. Neste, uma funcionária pública estadual de 56 anos disse que foi violentada aos 14 anos quando morava em Tocantinópolis-TO. Segundo a mulher, ela era filha da gerente de um hotel onde João de Deus se hospedou. A mãe procurou atendimento primeiro e recebeu.